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Tecnologia brasileira permite detectar covid-19 em segundos pelo celular

Dispositivo, criado por um grupo de mulheres em parceria com a Visto.bio, está em fase final de testes

Uma equipe de quatro cientistas brasileiras mulheres e a empresa de biotecnologia brasileira Visto. Bio está na reta final de testes para o desenvolvimento de um dispositivo de detecção imediata da covid-19. O kit permite a triagem diagnóstica da presença do vírus em apenas 15 segundos, com eficiência de 83%. O atual exame de RT-PCR, atual teste padrão ouro, alcança 70%.


O trabalho está sendo desenvolvido em parceria com pesquisadores do CTI Renato Archer, unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Os testes e aprimoramentos são conduzidos em parceria com a Crop, startup de biotecnologia vinculada à UNESP de Botucatu.


“Os testes finalizaram esta semana, e a última leva de dados está sendo processada. Agora nosso objetivo é tornar a tecnologia mais conhecida para que a gente consiga direcionar a demanda, e com isso tornar a produção mais acessível para que ela alcance mais pessoas como um combate rápido na pandemia”, diz Talita Mazon, pesquisadora do Centro de Tecnologia de Informação Renato Archer.


O dispositivo contém um imunossensor que permite a triagem diagnóstica imediata da presença do vírus por meio de uma pequena amostra de saliva. Trata-se de uma espécie de conector que se encaixa na entrada do carregador do celular, como um pen drive, para ser sincronizado a um aplicativo de celular compatível com iOS ou Android.


Ele contém uma base sensora universal para o anticorpo do vírus e, a partir da amostra de saliva contaminada, o teste detecta a proteína da espícula – um fragmento do vírus da covid-19 –, imobilizando o anticorpo da proteína do vírus nas nanoestruturas do sensor e fornecendo um sinal elétrico característico e independente da concentração.


Dessa forma, o teste pode ser realizado em qualquer ambiente, sem necessidade de equipe especializada, desde o primeiro momento do contágio, inclusive de variantes da África do Sul e Inglaterra.


“Nós, pesquisadores, estamos há mais de um ano trabalhando ininterruptamente para resolver os grandes problemas dessa pandemia, que se torna mais complexa na mesma velocidade em que acumulamos mais conhecimento sobre ela. Por isso, é essencial investir em pesquisa e desenvolvimento, na ciência brasileira, para que coloquemos esse conhecimento acumulado à serviço das pessoas, agora”, afirma Renan Serrano, CEO e fundador da Visto.bio.


Com investimentos e produção em larga escala, o teste poderia alcançar preços populares, com custo a partir de R$ 10. O objetivo é tornar o kit disponível o quanto antes, ainda em 2021.


A tecnologia pode atender a necessidades imediatas da rede de saúde, permitindo que durante o atendimento inicial a infecção possa ser identificada e, com isso, o protocolo mais adequado seja seguido imediatamente, evitando sobrecargas desnecessárias e permitindo a intervenção precoce. Ainda no campo da rede de saúde, funciona como um complementar à telemedicina, podendo ser enviado a casa de pacientes, sem a necessidade de manipulação de amostras e sem equipe especializada.


As pesquisadoras Aline Macedo Faria (bolsista PCI/CNPQ), Noemí Angelica Vieira Roza (bolsista PCI/CNPq) e Agnes Nascimento Simões (bolsista PCI/CNPq), trabalharam na equipe conduzida por Talita Mazon (CTI/CDMF) no desenvolvimento do projeto.


Fonte: Exame

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